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IPP tem 3ª alta seguida no mês passado

Por Marcello Sigwalt

Consolidando o terceiro avanço consecutivo do indicador industrial, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de abril registrou alta de 0,74% em abril, o que corresponde ao dobro do apresentado em março, de 0,35%, além de contrastar com igual mês do ano passado, quando recuou 0,35%. Com este resultado, o índice acumula variação positiva de 0,99% no ano, mas queda de 3,08% em 12 meses, divulgou, nessa terça-feira (28), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A performance favorável pode ser atestada pela elevação de preços, observada em 20 das 24 atividades investigadas pela pesquisa, com destaque para: papel e celulose (3,99%), fumo (2,49%) e farmacêutica (2,10%). No lado negativo, destaque para as indústrias extrativas (-3,58%).

Ao explicar que o desempenho industrial está relacionado, sobretudo, ao comportamento das cadeias de produção da soja e da cana-de-açúcar, o analista da pesquisa Felipe Câmara comenta que "a soja está em fase de colheita, mas a safra tem produzido um volume menor que a do ano passado. Além dessa menor produtividade, o volume exportado no primeiro trimestre foi expressivo, ou seja, há uma menor disponibilidade da commodity para consumo doméstico".

Segundo Câmara, "nesse contexto, o óleo bruto respondeu à pressão de demanda associada à competição entre cadeias derivadas. O incremento da parcela adicionada de biodiesel no blend do diesel, a partir de março, incentivou a procura pelo derivado da soja para fabricação do combustível, aumento que foi acompanhado de um movimento de compra para garantia de estoques no setor de fabricação de alimentos".

Entre as grandes categorias econômicas, tal comportamento positivo decorre do aumento dos bens de consumo (0,89%) - peso de 0,33 ponto percentual (p.p.) no índice geral, assim como os bens intermediários (0,33 p.p.).

A margarina teve influência importante no resultado dos bens destinados ao consumo final, enquanto o próprio óleo bruto teve seu impacto refletido na alta dos bens intermediários (0,59%).