Por Marcello Sigwalt
Pela quarta vez consecutiva, o Boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) a mais de 170 instituições financeiras nacionais - voltou a elevar a previsão do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2024, desta vez, de 3,86% para 3,88%, nesta segunda-feira (3), o mesmo valendo para o ano que vem, que cresceu de 3,75% para 3,77%. Para 2026, foi projetada alta de 3,58% para 3,60%, e mantida, em 3,50%, a estimativa para 2027.
A exemplo de consultas anteriores, os indicadores de inflação no chamado 'horizonte relevante' das expectativas de inflação, cada vez mais se distanciam do centro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3%, mas se aproximam de seu teto, de 4,5%.
A expectativa do mercado para a Selic (taxa básica de juros) avançou de 10% ao ano (a.a.) para 10,25% a.a. para 2024 e de 9% a.a. para 9,18% a.a. para 2025. Em contrapartida, para 2026 e 2027, esta continuou em 9% ao ano.
Enquanto a carestia e os juros continuam em 'decolagem', a economia parou de crescer, pois o Focus manteve o prognóstico anterior de 2,05%, e de 2% para o próximo, mesmo percentual para 2026 e 2027.
Já no capítulo das contas públicas, foi mantida, como há duas semanas, a previsão de déficit primário de 0,70% do PIB neste ano, ao passo que a dívida líquida do setor público recuou de 63,80% do PIB para 63,70% do PIB e de -0,63% do PIB para -0,60% do PIB, para 2025.
O mercado financeiro ampliou, de US$ 82 bilhões para US$ 82,26 bilhões, a previsão de superávit comercial para 2024, enquanto manteve a 'aposta' de US$ 78 bilhões para 2025, o mesmo valendo para 2026 (US$ 80 bilhões) e 2027 (US$ 85 bilhões).
