Por Marcello Sigwalt
O avanço da digitalização dos serviços financeiros, que teve impulso na pandemia, contribuiu, de forma decisiva, para a duplicação do número de usuários ativos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) no período de cinco anos, conforme o Relatório de Economia Bancária (REB), no capítulo "Expansão do número de usuários ativos de serviços financeiros", publicado, nesta quarta-feira (5) pelo Banco Central (BC).
Ao mesmo tempo, o estudo admite que a digitalização das transações financeiras foi alavancada pela maior demanda por auxílio emergencial na pandemia, como também pela popularização do Pix (sistema instantâneo de pagamentos), além da entrada de novas instituições financeiras no mercado.
Segundo o relatório - realizado entre junho de 2018 e dezembro do ano passado e considera operações de crédito (SCR) e de pagamentos (Pix e TED) - "dois marcos foram fundamentais para esse salto na inclusão financeira: a abertura de contas no auxílio emergencial no Caixa Tem decorrente da pandemia da Covid-19 e a implementação do Pix em novembro de 2020".
No período descrito, o BC contabilizou crescimento de 103,2% do número de usuários ativos, em que o contingente das Pessoas Físicas (PF) subiu de 77,2 milhões (46,8% da população adulta) para 152,0 milhões (87,7%).
Entre as Pessoas Jurídicas (PJ), que incluem microempreendedores individuais, a expansão foi de 3,4 milhões para 11,6 milhões de clientes, o que equivale a uma elevação de 244,5% no período.
Tal ampliação representaria elevação de 97% na base de clientes.
No corte por segmentos, de crédito digital/serviços foi o que apresentou maior participação na ampliação da base de usuários ativos, atraídos pelas ofertas do Pix e de cartões de crédito.
Também representativa foi a contribuição do segmento de incumbentes - empresas já estabelecidas e com amplo conhecimento de market share - em razão de políticas públicas de incentivo à abertura de contas digitais de PF.
