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Inflação de serviços está 'pressionada'

Embora observe que a inflação de serviços apresente uma 'pequena e incipiente desaceleração, Campos Neto admitiu que esta continua 'pressionada', a exemplo de 'surpresas positivas' nos índices de empregos. "No mundo desenvolvido, [a inflação de serviços] está muito longe do que era o normal. No mundo emergente, está alta, mas a gente já viu preços dessa inflação de serviços mais ou menos neste patamar várias vezes no passado", acrescentou.

Mesmo reconhecendo que a inflação brasileira esteja convergindo à meta - de 3% para este ano, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) - o presidente da autoridade monetária observou que persiste uma 'preocupação' com o mercado de trabalho "apertado" e com a inflação de alimentos, que ganhou relevo com a catástrofe climática no Rio Grande do Sul. Neste aspecto, Campos Neto classificou como tema mais 'desafiador' as expectativas de inflação, as quais têm piorado em 2024, 2025 e 2026, anos repletos de 'vários motivos e ruídos'.

Na atual conjuntura econômica, o 'xerife' do BC, elegeu como principais temas: fiscal; política monetária; transição no Banco Central; capacidade de aprovação de medidas; geopolítico e o Rio Grande do Sul.

Mesmo avaliando que a inflação corrente está 'relativamente comportada', o dirigente do BC reconhece que a expectativa de inflação esteja 'desancorando' (o que impediria manter o ritmo de corte da Selic). Neste aspecto, Campos Neto entende que questionamento constante da questão fiscal, e as discussões pela revisão das metas fiscais, criou um 'prêmio de risco' na curva longa da política monetária. (M.S.)