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Desindexação ganha apoio do mercado  

Por Marcello Sigwalt

Depois do Banco Central (BC) e do TCU (Tribunal de Contas da União) - que trataram mais especificamente da desindexação do salário mínimo ao piso previdenciário - chegou a vez de o Sistema AGF dar seu 'pitaco' sobre o 'atávico' e, até agora, insolúvel, déficit da Previdência. Por meio do sugestivo documentário "INSS: A Bomba Relógio do Brasil", o grupo privado procura 'destrinchar' os desafios previdenciários, a fim de levar o cidadão-contribuinte a se tornar investidor na bolsa de valores, graças à Educação Financeira.

Com base na premissa de que, somente por meio de investimentos individuais, é possível adquirir uma aposentadoria 'confortável', o estudo aborda temas de interesse correlatos, como déficit, envelhecimento, informalidade, queda nas taxas de natalidade e benesses insustentáveis nos benefícios de alguns setores.

Disponível gratuitamente pelo YouTube, a partir das 20h dessa segunda-feira (10), o filme mostra que, enquanto no serviço público federal, a aposentadoria média é de R$ 5.400, o benefício médio pago pela Previdência Social não passa de R$ 1.800. O problema, neste caso, é a quantidade de beneficiários do INSS, em torno de 39 milhões, aponta o professor Hélio Zylberstajn.

Ao prever que a Previdência deve continuar crescendo acima de 2,5%, o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida entende que será preciso, "discutir a questão da vinculação [do salário mínio ao piso das aposentadorias] para então olhar a questão previdenciária", por meio de uma reforma, o mais breve possível.

Atualmente, a Previdência consome hoje de 12% a 13% do PIB (Produto Interno Bruto), com déficit que consome cerca de 2,5% do PIB. Apenas no ano passado, o gasto total com benefícios do RGPS (Regime Geral de Previdência Social) superou R$ 896 bilhões, ao passo que a receita com contribuições previdenciárias chegou a R$ 592 bilhões.

Tanto Zylberstajn, Mansuetto, como o investidor Luiz Barsi Filho 'fazem coro' à proposta de desvinculação do piso das aposentadorias do mínimo, como pregam a ministra Simone Tebet, o BC e o TCU.