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IBGE prevê safra 5,9% menor este ano

Por Marcello Sigwalt

Em decorrência dos problemas climáticos registrados no ano passado e no atual - de formação das lavouras, da estiagem em áreas produtoras da região Centro-Oeste, assim como as altas temperaturas que reduziram o ciclo de algumas culturas, afetando sua produtividade - a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2024 deverá apresentar recuo de 5,9% (menos 18,6 milhões de toneladas) em relação à de 2023 (315,4 milhões de toneladas), ao contabilizar 296,8 milhões de toneladas, além de se situar 0,9% abaixo da estimativa de abril (2,8 milhões de toneladas).

Ao mesmo tempo, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nessa quinta-feira (13) pelo IBGE, aponta que a área a ser colhida, projetada em 78,3 milhões de hectares, corresponde a um aumento de 0,6% (mais 454.502 hectares), ante à área de 2023, bem como supera em 0,6% ( 445.140 hectares), o registrado em abril. Dos itens componentes da safra, o algodão foi o único a exibir recorde de produção.

Na análise do gerente de agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, "a redução da produção reflete o impacto dos problemas climáticos ocorridos em 2023 e 2024, desde a implantação das lavouras, com a falta de chuvas na região Centro Oeste, a altas temperaturas que encurtaram o ciclo de algumas lavouras e reduziram a produtividade. Alguns produtores tiveram de fazer replantio, caso da soja, e outros optaram por aumentar a área de algodão, cuja produção está batendo recorde com estimativa de 8,5 milhões de toneladas, alta de quase 10% em relação ao ano passado, que também foi recorde".

Segundo o gerente da pesquisa, Carlos Barradas,"houve falta de chuvas em estados como o Mato Grosso do Sul, que apresentou uma queda de 3,4 milhões de toneladas nas estimativas de maio. No Rio Grande do Sul caiu 2,1 milhões de toneladas e no Paraná, 457 mil toneladas.

Já a produção de soja deverá cair 3,5% (146,7 milhões de toneladas), no comparativo anual e de 1,1% no mensal, apesar do aumento de 3,5% da área plantada, ante 2023 e 0,8%, ante abril.