Por Marcello Sigwalt
O 'racha' protagonizado entre os membros do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC), na última reunião de maio, reforça a expectativa de que o colegiado, nesta semana, deverá manter, inalterado em 10,50% ao ano (a.a.), o patamar da Selic (taxa básica de juros), o que pode ser o fim de ciclo de cortes do indicador de carestia.
Este é o cenário mais cotado, ao cabo da reunião de dois dias (18 e 19 de junho) do colegiado, que deverá culminar com o anúncio da Selic para os próximos 30 dias.
"Nós e o mercado esperamos manutenção da taxa Selic em 10,50%, com atenção especial ao placar da votação, especialmente após a decisão com dissenso (5×4) na última reunião de política monetária", avalia o economista da XP, Caio Megale.
Do ponto de vista internacional, o banco de investimento Goldman Sachs comenta que, a despeito da 'leve melhoria' do cenário externo, no mês passado, este continua 'desafiador', tendo em vista a decisão do Fed (Federal Reserve) - o bc ianque - de manter elevados, por mais tempo, os juros dos EUA.
Para especialistas, a retomada dos cortes da Selic demandaria, entre outros fatores, "um cenário externo mais favorável; melhora no balanço de riscos para a inflação; câmbio com maior 'ancoragem' e previsões inflacionárias mais alinhadas à meta [de inflação] de 3% [fixada para este ano pelo Conselho Monetário Nacional - CMN]".
Além da sinalização dos juros básicos, a semana é recheada de divulgações de índices de preços. Antes de sair a Selic, a FGV divulga o Índice Geral de Preços (IGP-10) de junho e semanal pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), além dos números do Monitor do PIB de abril.
Logo após anunciar o Indicador de Comércio Exterior, a Fundação divulga, na quarta-feira (19), o Índice de Geral de Preços Mercado (IGP-M), mesmo dia em que a CNI (Confederação Nacional da Indústria) exibe a Sondagem Industrial.
