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Meirelles ecoa BC: autonomia total

Mesmo 'distinguido' do desafeto Campos Neto pelo atual ocupante do Planalto, em sua entrevista à rádio CBN, nessa terça-feira (19) - na qual teria dito: "Eu duvido que esse Roberto Campos tenha mais autonomia do que tinha o Meirelles - o próprio ex-presidente do BC, da gestão petista anterior (2003 a 2011), Henrique Meirelles reafirmou sua defesa resoluta de uma autonomia 'perene' e 'completa' da autoridade monetária, durante audiência pública no Senado federal, a respeito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da autonomia orçamentária e financeira da autarquia.

Ante à afirmação lulista de que sua gestão anterior respeitou a autonomia do BC, Meirelles argumentou que tal "compromisso "é um equilíbrio que não pode ser alcançado necessariamente em todos os momentos".

Mais adiante, em sua participação, o ex-chefe do BC acentuou que o "país não pode ficar dependente do compromisso informal com autonomia do BC a cada presidente eleito". Para Meirelles, "a autonomia completa, financeira e orçamentária, é o último passo para a autonomia formal".

Outro participante da audiência, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior chamou a atenção para a não coincidência de mandatos entre os presidentes do BC e da República, ao considerar essa questão "particularmente problemática", diante de um cenário de polarização política. "O presidente da República eleito em 2022 tem que conviver nos primeiros dois anos de mandato com o presidente indicado com seu antecessor cuja proximidade política com o atual presidente é pequena, para dizer o mínimo", pontuou. (M.S.)