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Atividade industrial tem queda em maio

Por Marcello Sigwalt

A atividade industrial apresentou sinais de 'enfraquecimento', em maio último, mediante recuo em itens fundamentais, como produção, emprego e níveis de estoque, ao menos parcialmente, em decorrência do impacto econômico do evento climático no Rio Grande do Sul.

Após dois meses de avanços, o índice de evolução da produção industrial baixou de 51,2 pontos para 47,4 pontos, na passagem de abril para maio, se situando, portanto, abaixo da linha de 50 pontos, que separa aumento de queda. Na Região Sul, o indicador caiu para 39,6 pontos, segundo a Sondagem Industrial da CNI.

Para o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, "acreditamos que a situação não vai interferir nos custos dos produtos industriais de forma persistente e generalizada. Apesar da queda nos estoques para aquém do planejado, os empresários têm buscado outras opções para adquirir insumos e atender as demandas do mercado".

De igual forma, o número de empregados ficou aquém dos 50 pontos, passando de 50,1 pontos para 49 pontos, em maio, primeira queda do item, após três meses.

Acompanhando a tendência regressiva, a Utilização de Capacidade Instalada (UCI) atingiu 69% em maio, recuo de um ponto percentual para o mês anterior. Com exceção daquelas de grande porte - estável em relação a meses anteriores - a UCI continuou acima da média para empresas de pequeno e médio portes. Também nesse quesito, o declínio do UCI refletiu as enchentes no Sul, onde este caiu nove pontos percentuais, para 63% em maio.

Quanto ao nível de estoques, houve queda de 50 pontos, em abril, para 48,9 pontos, em maio, ficando abaixo da linha divisória de 50, com redução dos estoques além do planejado.

Apesar do resultado negativo, a expectativa de demanda, compras de matérias-primas, número de empregados e quantidade exportada supera a média, com o indicador de intenção de investimento subindo 0,5 ponto, de abril para maio para 57,4 pontos - 5,5 pontos superior à média histórica (51,9 pontos).