Por:

Real 'leva surra' do peso argentino

Evidência alarmante do grau de desvalorização dos mercados brasileiros, o real 'conquistou' a posição nada invejável de 'pior moeda entre os países emergentes', atrás, até, do combalido peso argentino.

A 'façanha' do padrão monetário tupiniquim ocorreu na última segunda-feira (17), quando este acumulou desvalorização de 10,54% no ano em relação à moeda ianque, ao passo que a argentina recuara 10,48%.

A derrocada pátria teve seu 'repeteco' dois dias depois, quando o real desvalorizou 12,88% ante o dólar, novamente acima do peso 'hermano', que recuou 12,06%.

Para o especialista e sócio da Valor Investimentos, Gabriel Meira, "o limite de despesa no Brasil vai crescer acima da inflação em 2025. Há uma dívida bruta do governo que está chegando a uma projeção de quase 81% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025; o ciclo de cortes na taxa de juros vai ser menor do que o esperado pelo mercado, junto com a inflação mais elevada", comenta Meira, ao acrescentar que "tudo isso, principalmente, por conta do fiscal e das reformas que estão sendo postergadas. Estamos diante de um governo que tem aumentado o gasto e não consegue fazer o aumento da receita".

Longe de gratuita, a disparidade de performance monetária dos vizinhos espelha o tratamento distinto de cada governo às suas respectivas questões fiscais.

Enquanto o Planalto prima pela 'cautela' (ou catatonismo) fiscal, o as medidas de equilíbrio das contas platinas, encaminhadas pelo determinado Javier Milei, têm surtido efeito, no sentido de recuperar, ainda que de forma incipiente, o padrão monetário local. (M.S.)