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Focus sobe, pela 7ª vez, previsão de IPCA para 2024

Por Marcello Sigwalt

Enquanto esquenta a 'treta' entre o Planalto e o Banco Central (BC), à medida que se aproxima o pleito municipal, a inflação prossegue ascendente, haja vista que, pela sétima vez consecutiva, o boletim Focus - consulta às maiores instituições financeiras nacionais pelo BC - projetou, nesta segunda-feira (24) alta do IPCA de 3,96% para 3,98%, cada vez mais distante do centro da meta de inflação (3%) e mais próximo do teto desta (4,5%), conforme estabeleceu o Conselho Monetário Nacional (CMN).

Também preocupante é o contínuo avanço do IPCA para 2025, de 3,80% para 3,85%, o chamado 'horizonte relevante', empregado pela autoridade monetária para 'calibrar' a política monetária, isto é, regular a Selic, hoje em 10,5% ao ano. Já para 2026 e 2027, a expectativa da banca se manteve nos respectivos 3,6% e 3,5%.

'Hesitante', a previsão para o PIB em 2024 retornou aos 2,09% anteriores, após cair, na semana antecedente, para 2,08%, enquanto que para 2026 e 2027, o crescimento econômico se manteve nos mesmos 2%.

Em que pese a alta gradual da carestia, o Focus manteve a estimativa anterior, de que a Selic encerre o ano a 10,50% ao ano; continuou em 9,50% ao ano, para 2025; mantida em 9% para 2026, mesmo percentual para o ano seguinte.

No plano cambial, a 'aposta' do mercado para o dólar em 2024 passou de R$ 5,13 para R$ 5,15.

O resultado primário para este ano teve 'leve' melhora, ao passar de um déficit de -0,71 do PIB para -0,70% do PIB, além de ser mantida em 63,68% do PIB a projeção da dívida líquida do setor público.

Nas contas externas, houve recuo da expectativa de superávit da balança comercial este ano, de US$ 82,0 bilhões para US$ 81,78 bilhões; baixou de US$ 76,30 bilhões para US$ 76,01 bilhões em 2025, e de US$ 78,0 bilhões para US$ 77,64 bilhões para 2026.