Ata do Copom: BC deve ser 'firme'

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Por Marcello Sigwalt

"A redução das expectativas de inflação requer uma atuação firme da autoridade monetária, assim como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação, tanto das instituições, como dos arcabouços fiscal e monetário, que compõem a política econômica brasileira".

Este é o recado mais contundente da Ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) - que deu base à sua decisão unânime de manter, em 10,5% ao ano, a Selic, o que interrompeu o ciclo de sete cortes seguidos da taxa básica de juros, divulgada, nessa terça-feira (25) pela autoridade monetária. Neste aspecto, o colegiado adiantou que "não se furtará de seu compromisso com o atingimento da meta de inflação e entende o papel fundamental das expectativas na dinâmica da inflação".

Como condição para o equilíbrio das contas públicas, o comitê alertou que "o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade".

De sua parte, o Copom garante que continua "monitorando, com atenção, como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros",

No capítulo reservado à conjuntura econômica, o comitê admite que "o ambiente externo se mostra mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos EUA e quanto à velocidade da queda da inflação de forma sustentada em diversos países". A exemplo do BC tupiniquim, o comitê destaca a determinação "dos bancos centrais de promover a convergência das taxas de inflação às suas metas, o que requer "cautela por parte de países emergentes".

No front interno, a ata do Copom/BC observa que, no "cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho apresentam maior dinamismo do que o esperado".