Por Marcello Sigwalt
Um dia após a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciar a retomada da bandeira tarifária amarela - sinal de aumento breve das contas de luz - a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nessa segunda-feira (1º), estudo, segundo o qual 60% das 1.002 indústrias consultadas pela entidade elegeram a carga tributária como o fator determinante para a elevação do insumo básico.
No mesmo levantamento, outras 55% das indústrias entendem que o excesso de subsídios é um fator que impacta negativamente a competitividade industrial. Para outras 47%, tais subsídios estão diretamente associados ao custo elevado da energia elétrica.
Entre as variáveis que afetam os preços da energia, a consulta destacou os períodos de seca (29%); custos de transmissão de energia (27%); subsídios pagos na conta de luz (17%) e custo da geração de energia (16%).
A pesquisa da CNI coincide com aquela apresentada pela Aneel, pela qual 44,1% do valor da conta de luz decorre de impostos e encargos.
A confederação assinala, ainda, que 53% das indústrias perceberam, nos últimos 12 meses, majoração das contas de luz, ao passo que 43% admitiram que o impacto da energia elétrica é muito expressivo para o segmento.
Para 80% delas, a energia elétrica é a matriz mais utilizada no processo industrial, seguido da solar (10%); gás natural (2%); óleo diesel (2%) e lenha (1%).
Os dados da pesquisa revelam que a energia elétrica é a fonte energética mais utilizada por 80% das indústrias para o processo industrial. Na sequência, aparecem energia solar (10%), gás natural (2%), óleo diesel (2%) e lenha (1%). Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, "o custo da produção da energia no Brasil é barato, mas a nossa conta de luz é uma das mais caras do mundo. Reduzir o preço da energia é uma obsessão da indústria brasileira. Para isso, a diminuição dos encargos é um imperativo não apenas para contribuir com a competitividade do setor industrial, mas para garantir a sustentabilidade econômica do próprio setor elétrico nacional".