Estabilidade sem perspectiva certa. Assim pode ser classificado o resultado de junho do Índice de Confiança Empresarial (ICE), que ficou neutro (0,0 ponto), pela segunda vez seguida, no mês passado, permanecendo nos mesmos 95,6 pontos anteriores, divulgou, nessa segunda-feira (1º) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este percentual foi o mesmo atribuído ao segundo trimestre do ano (2T24), superando, assim, os 94,8 pontos verificados no trimestre imediatamente anterior (1T24).
Em nota oficial, o superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Aloisio Campelo Junior, acentua que "a confiança empresarial estacionou no segundo trimestre em patamar ligeiramente superior ao do trimestre anterior, numa desaceleração da tendência de recuperação observada no início do ano. O resultado pode ter sido influenciado pelo impacto das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o nível de atividade econômica corrente da região, uma vez que o Índice de Expectativas voltou a subir no mês e a atingir o maior nível desde setembro de 2022".
Segundo Campelo Júnior, "enquanto a indústria e a construção continuam a apresentar resiliência, os serviços e, principalmente, o comércio vêm registrando perda de fôlego nos últimos meses".
Diferentemente do índice geral (ICE), o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 0,7 ponto, na passagem de maio para junho, a 95,1 pontos, ao passo que o Índice de Expectativas (IE-E) subiu 0,6 ponto, a 96,0 pontos - puxada pela alta de 1,2 ponto da percepção sobre a demanda nos próximos três meses, a 95,8 pontos.