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Sobe 'aposta' de queda de juros nos EUA

Enquanto o Executivo tupiniquim continua preso ao próprio 'imbróglio fiscal', por ele concebido, 'Tio Sam' está prestes a dar um 'empurrãozinho' ao equilíbrio das contas públicas, principal cabo eleitoral do Planalto.

É que dados mais recentes apontam 'desaceleração' do mercado de trabalho ianque em junho - menor criação de vagas, desemprego crescente e recuo salarial - o que alimenta a expectativa de o Federal Reserve (Fed) - o bc dos EUA - começar a promover a redução dos juros daquele país, já a partir de setembro.

Ante a esse conjunto de fatores, subiu de 68,4%, na última terça-feira (3), para 73,6%, nessa sexta-feira (5), a probabilidade de corte das taxas pelo Fed, segundo indica a ferramenta FedWatch, do CME Group. Tal escalada pode ser medida pelo fato de que, há um mês, essa probabilidade não passava de 57,2%.

A tendência de desaceleração do mercado de trabalho estadunidense é reforçada pelo economista-sênior do banco Inter, André Valério, ao comentar que, mesmo que os dados do payroll de junho (206 mil vagas) ter superado a estimativa projeções (190 mil vagas), ainda assim há 'indícios' de refluxo nesse aspecto. No paralelo, a taxa de desemprego no mês passado acusou expansão de 4% para 4,1%, com exclusão de 111 mil empregos.

Ao avaliar contexto laboral ianque, Valério avalia que "com o resultado de junho e as revisões dos resultados prévios, a média móvel de três meses de adição de novos empregos ficou aquém de 200 mil, pela primeira vez em mais de dois anos, indicando que a tendência é de desaceleração do mercado de trabalho americano".