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Meirelles dá a dica para êxito da tributária

Antes celebrado como o 'pilar' dos anos de ouro das duas primeiras edições do governo lulista, o agora desancado ex-presidente do Banco Central (BC), além de ministro da Fazenda na gestão Temer, o economista Henrique Meirelles, teceu, como de costume, comentários ácidos a respeito da atual condução da reforma tributária, com foco na questão fiscal.

Em sua coluna no Estadão, Meirelles entende que "as próximas duas semanas serão decisivas para o Brasil, por meio da tramitação do primeiro projeto que regulamenta a tributária no Congresso Nacional.

Neste aspecto, ele acentua que o 'maior avanço' seria a 'simplificação do sistema de cobrança de impostos', tendo em vista o aumento da produtividade e atração de novos investimentos.

Sua receita para o êxito da matéria legislativa é, igualmente, simples. "Mas é preciso que seja feito um bom trabalho na Câmara até o dia 18 [prazo dado para a votação] para que a alíquota básica seja a mais baixa possível e a mais justa para todos".

Com atuação destacada no setor privado, amplamente reconhecida pelo mercado, como presidente internacional do BankBoston, o ex-ministro avalia ser "natural do mercado e da democracia que isso ocorra. Mas é preciso ter em mente que, quanto mais forem os beneficiados por descontos na alíquota-base, mais todos os outros terão de pagar, pois a arrecadação tem de se manter no nível atual. E este é o ponto mais importante: a reforma tributária sozinha não será capaz de proporcionar a arrecadação desejada por este governo ou pelos futuros. Por isso, é preciso reduzir despesas". (M.S.)