Canja de galinha e prudência nunca são demais. Que o digam as taxas de juros futuros, que passaram a exibir viés de queda na sessão dessa quarta-feira (10), logo após o anúncio de que o IPCA (indicador oficial de inflação) de junho veio mais 'brando' do que o esperado pelo mercado, descendo de 0,46% em maio para 0,21%, no mês passado.
Em consequência, passou a ser consenso entre analistas que a Selic (taxa básica de juros) não será elevada, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) - prevista para 31 de julho próximo - uma vez que, durante a sessão dessa segunda (10) as taxas DI apresentaram queda de até 20 pontos-base.
Para o cohead de Investimentos da Arton Advisors, Raphael Vieira, a curva de juros mostrou uma probabilidade quase zero de a Selic ser alvo de aumento ou corte pelo Copom, embora 'ganhe corpo' a ideia de que a taxa básica poderá avançar para 10,98% ao ano, no final de 2024.
Como 'atestado à cautela' do investidor, ante um cenário marcado pela incerteza fiscal, à medida que aproxima a eleição municipal, em outubro, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 recuou de 10,570% para 10,525%; à de janeiro de 2026 caiu de 11,187% para 11,085%; à de janeiro de 2027 'encolheu de 11,472% para 11,325%, enquanto a 'ponta longa', para janeiro de 2029, foi de 11,844% para 11,655%.
Em que pese o comportamento 'suave' do mercado futuro, especialistas preveem que a 'volatilidade' das taxas persistirá, enquanto não houver maior clareza do governo, para medidas efetivas de controle do déficit público. (M.S.)