Por Marcello Sigwalt
Ao descrever um 'bem-vindo' tombo, de 0,46%, em maio, para 0,21%, em junho deste ano - conforme divulgou, nessa quarta-feira (10), o IBGE - a queda pela metade do IPCA voltou a suscitar especulações em torno do momento mais oportuno para a redução da Selic (juro básico da economia), hoje no altíssimo patamar de 10,50% ao ano, 2ª maior taxa real do planeta. O Banco Central (BC) ainda não se pronunciou a respeito.
Com esse resultado, o indicador oficial de inflação do IBGE acumula variação de 2,48% no ano de 2024 e de 4,23% em 12 meses, acima dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas muito próximo do teto da meta de inflação (4,5%), fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Em junho de 2023, houve deflação de 0,08%. Se considerado o primeiro semestre do ano (1S24), porém, o ranking da carestia é puxado pela manga (69,5%), seguido da batata (55,79%), cenoura (48,92%), cebola (33,86%) e tomate (28,60%).
Segundo o IBGE, a maior pressão para o avanço do índice de inflação no mês passado veio do grupo 'Alimentação e Bebidas', que cresceu 0,44%, por conta das altas de itens como batata inglesa (14,49%), leite longa vida (7,43%), café moído (3,03%) e arroz (2,25%), enquanto houve declínio para a cenoura (-9,47%), a cebola (-7,49%) e frutas (-2,62%).
Outra 'contribuição para o resultado de junho veio do grupo 'Saúde e Cuidados Pessoais', que subiu 0,54% - um freio, ante o avanço de 0,69% de maio - sob influência de aumentos de dos perfumes (1,69%) e dos planos de saúde (0,37%).