Quanto menos ruído, melhor. A expressão pode ser integralmente aplicada como explicação para a maior sequência de altas do Ibovespa (10 pregões seguidos) em seis anos e meio, desde dezembro de 2017 (11 pregões).
Na semana encerrada nessa sexta-feira (12) - cujo pregão exibiu alta de 0,47%, aos 128.817 pontos - o indicador acumulou avanço de 2,08%, 4% no mês, mas acumula baixa de 3,9% no ano. Mesmo considerando que o volume de negociações semanal (R$ 12,5 bilhões), tenha ficado abaixo da média de 12 meses (R$ 16,7 bilhões), ao menos 70 de um total de 86 ações estavam no 'azul'.
Para o responsável pela área de renda variável e sócio da A7 Capital, Andre Fernandes, "o Ibovespa segue em alta, com o apetite tanto do investidor local quanto estrangeiro, com os ativos ainda bastante depreciados, e com uma inflação menor nos EUA indicando início de cortes de juros por lá em setembro. As ações aqui no Brasil seguem reagindo positivamente".
Mais relevante do que a sequência altista em si, é o fato de que esta foi precedida pela pior pontuação da bolsa no ano (17 de junho), quando 'despencou' para os 119 mil pontos. Desde aquela data, a bolsa brasileira acumula valorização de quase 8%.
Para analistas, a reversão favorável decorreria da 'convergência de acontecimentos positivos', como: anúncio de corte de gastos pelo Ministério da Fazenda; inflação desacelera nos EUA; inflação brasileira em declínio; mercado de trabalho ianque mais 'fraco'; corte de R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias pelo governo; votação iminente da Reforma Tributária pelo Congresso Nacional e bolsa brasileira 'barata'. (M.S.)