Por Marcello Sigwalt
O desastre econômico causado pela tragédia climática que se abateu sobre o Rio Grande do Sul (nos segmentos agrícola, industrial e logístico), entre os meses de abril e maio, cobrou a 'conta' do desempenho da economia nacional para este ano, em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou, de 2,2% para 2,1% a previsão de alta do PIB para 2024.
Para o Fundo, o retrocesso também refletiu a continuidade da política monetária restritiva, a questão fiscal e a normalização da produção agrícola. Ainda assim, a estimativa da instituição é menos otimista do que a cunhada pelo Ministério da Fazenda, que esperava um avanço de 2,5% neste ano.
Em compensação, o organismo multilateral de crédito, em seu relatório 'Perspectiva Econômica Global', elevou de 2,1% para 2,4% (alta de 0,3 ponto percentual) a estimativa de crescimento da economia brasileira para 2025, como reflexo da reconstrução do estado gaúcho, após as inundações, sem contar com 'fatores estruturais favoráveis', como a maior dinâmica da produção de hidrocarbonetos, além de ganhos de eficiência com a reforma tributária.
Apesar da queda na previsão, o crescimento tupiniquim vai superar o da região da América Latina e Caribe, que deverá subir 1,9% em 2024, após chegar a 2,0% em abril.
Para o próximo ano, a expectativa é de uma alta de 2,7%, acima dos 2,5% projetados anteriormente. Mesmo assim, tal performance está abaixo, em média, dos 4,3% previstos para os países emergentes.
Ante à expectativa de 'freio' da economia ianque; recuperação europeia modesta e consumo e exportações maiores da China, o Fundo projetou um crescimento do PIB global de 3,2% para 2024 e de 3,3% para 2025 - 0,1 ponto percentual maior que a anterior.