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Banco Mundial prioriza uso de energia eólica offshore

Organismo internacional de crédito destaca vantagens da matriz eólica offshore | Foto: Petrobras

Por Marcello Sigwalt

A energia eólica offshore (produzida em alto-mar) poderá se transformar na 'nova energia hidrelétrica' - que responde hoje por mais de 63% da matriz elétrica nacional - como 'proteção energética' ao país, ante problemas recorrentes de geração hídrica, como estiagens prolongadas.

É o que sugere estudo do Banco Mundial (Bird, banco internacional para reconstrução e desenvolvimento), entregue ao Ministério de Minas e Energia (MME). Hoje, as demais fontes de energia têm participação bem inferior à hidrelétrica: eólica (9,3%), biomassa e biogás (8,9%) e solar centralizada (1,4%).

Como argumento central, a instituição aponta o potencial da eólica offshore, como fonte que 'atenuaria' a variabilidade da geração hidrelétrica ao longo do ano, a ser adotada em 'larga escala', reforçando a geração de energia limpa do país. Em simulação, no período de sete anos, a produção eólica offshore seria maior nos meses de baixa hídrica.

Para o Bird, "se implementada em grande escala, a energia eólica offshore pode oferecer uma 'proteção energética' para anos com secas inusitadas, como observado na última década". A instituição, porém, ressalva que as eólicas offshore só teriam capacidade de 'compensar' a variabilidade da produção hídrica, caso atinjam 'escala suficiente', mediante uma 'aposta mais agressiva' do país nessa fonte limpa, do que o previsto pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Como cenário-base, o estudo do Bird leva em conta as projeções atuais da EPE, de uma utilização considerada 'modesta' da energia eólica offshore - de 4 gigawatts (GW) operacionais em 2035 e 16 GW até 2050.

No momento, quase 100 projetos de geração eólica offshore (todos em estágios iniciais) equivalem à uma potência de 230 gigawatts (GW), com pedido de licenciamento em curso junto ao Ibama.