Por Marcello Sigwalt
A 'conta' do desacerto econômico petista tardou, mas chegou. Cotado para ascender ao posto de oitava economia do planeta, o Brasil deverá continuar na nona, abaixo, portanto, da Itália, no ranking mundial, devido à crescente desvalorização do real ante o dólar, acumulada em mais de 11,3%, desde o início do ano, além do desajuste fiscal e dos chamados 'ruídos políticos'.
A perspectiva de o país 'estacionar' na atual nona posição consta de levantamento elaborado pelo economista-chefe da consultoria Austin Rating, Alex Agostini, com base em projeções feitas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para a economia mundial, tomando por base uma taxa cambial média, até 16 de julho. Sétima economia mundial entre 2010 e 2014, a pátria tupiniquim, desceu para a oitava posição, em 2017, despencou para a 11ª, em 2022, até galgar a nona, no ano passado.
Como argumento para a previsão nada animadora, Agostini explica que, "se encerrasse o ano agora, o Brasil seria a nona economia. Por que ainda não é? Porque ainda temos todo o restante do ano para ver como a moeda irá se comportar e aferir se a estimativa de crescimento do PIB também será mantida".
Sem contar os vários recuos de crescimento do PIB para este ano - de 2,5% para 2,5% pela Fazenda, e de 2,2% para 2,1% pelo FMI, em maio - o país tropical pode ser ultrapassado pelo rico Canadá, caso se acentue, no caso brasileiro, a defasagem cambial.
Também contribui para reduzir as chances verde-amarelas é a manutenção, pelo FMI, em 7%, do crescimento este ano da economia da Itália - seu maior concorrente.