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Brasileiro já pagou R$ 2 tri em impostos

Por Marcello Sigwalt

Quarenta dias antes do que no ano passado, o montante pago em impostos pelo contribuinte aos governos federal, estadual e municipal alcançou a 'estratosférica' soma de R$ 2 trilhões no último domingo (21), assinalou o Impostômetro, painel em tempo real, instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

A marca representa uma elevação de 17,6%, ante o mesmo período de 2023, quando este exibia a cifra de R$ 1,7 trilhão. Tal soma, acentua a entidade, leva em conta impostos, taxas e contribuições, o que inclui multas, juros e a correção monetária.

Para o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, o resultado foi impulsionado pela crescente atividade econômica, da renda e do emprego, sem contar o impacto da inflação e da reintegração do PIS e Cofins nos combustíveis.

Nesse aspecto, Gamboa acrescenta que "temos um sistema tributário que taxa excessivamente o consumo, assim, na medida em que os preços dos bens e serviços aumentam, a arrecadação também cresce. Além disso, a elevação da atividade econômica tem um impacto positivo na arrecadação. Se esses dois fatores continuarem ocorrendo, que é o mais provável, a gente vai continuar tendo antecipação desse resultado de R$ 2 trilhões".

Ao comentar as barreiras para um crescimento econômico mais 'robusto', Gamboa aponta que "pagamos uma carga tributária desproporcional ao nosso nível de desenvolvimento econômico, o que acaba por sufocar o potencial de expansão da economia".

Já o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Dr. João Eloi Olenike, avalia que "isso reflete as diversas medidas do Governo Federal para aumentar os tributos, como o ajuste das alíquotas do ICMS em diversos estados de 1% para 2%, a atualização do IPTU e o aumento do IPVA em várias unidades da federação".

De acordo com o último dado disponível, a carga tributária bruta do Governo Geral (Governo Central, Estados e municípios) atingiu, em 2023, 32,44% do PIB, leve recuo de 0,64 pontos percentuais, em comparação com 2022.