O aumento da pressão no câmbio e a cautela crescente na curva dos Treasuries (papéis do Tesouro dos EUA) foram os fatores determinantes para a ascensão das taxas de juros futuros, na sessão desta quarta-feira (24), em que as oscilações do dólar e a curva de juros ianque acabaram ditando a trajetória das taxas internas.
Prova disso é que a moeda ianque chegou às máximas de R$ 5,66, no período da tarde, ao passo que os Treasuries atuaram sem direção definida.
Como resultante, no fechamento, na ponta curta, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 desceu de 10,680% para 10,675%; a do DI para janeiro de 2026, de 11,51% para 11,57%; o DI para janeiro de 2027, subiu de 11,77% para 11,82% e, na ponta longa, do DI para janeiro de 2029, houve alta de 12,08% para 12,11%.
Na avaliação da economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese "hoje [quarta, 24] não teve guidance. Sem indicadores aqui e lá fora, o mercado ora acompanhou o dólar ora os Treasuries. É a falta de agenda abrindo espaço para a volatilidade e para o mercado mastigar assuntos já conhecidos".
Ante balanços decepcionantes da área de tecnologia e a incerteza com a eleição presidencial norte-americana, a cautela predominou, 'penalizando' as bolsas e direcionando o fluxo de recursos aos Treasuries de curto prazo.
Já a curva da Selic projetava 16% de chance de alta de 0,25 ponto porcentual para o juro básico (hoje em 10,50% ao ano), na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e uma 'aposta' de nível de 11,35% ao ano, no fim de 2024.(M.S.)