Por Marcello Sigwalt
Enquanto o 'apetite' gringo pelos ativos nacionais parece 'andar de lado', a atividade imobiliária vai muito bem, obrigado. Que o diga o volume de financiamento imobiliário nacional, que apresentou salto de 30% no primeiro semestre do ano (1S24), ante igual período do ano passado (1S23), indicam dados, divulgados nessa quarta-feira (24), pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Frente à essa performance excelente, a expectativa do setor é de que o desempenho de 2024 será expressivamente superior ao de 2023, que registrou um montante financiado de R$ 115 bilhões. Também reforça tal tendência positiva o fato de que o segundo semestre do ano costuma ser bem melhor do que o primeiro, no que toca à concessão de recursos para financiamento do setor.
Em números, a disparidade de trajetória entre este e o ano anterior fica patente, levando em conta que, enquanto no primeiro semestre de 2023 (1S23) houve queda de 12% no volume financiado de construções, em comparação com 2022 (1S22), no ano atual (1S24), este mesmo indicador avançou 22%.
De acordo com o presidente da Abecip, Sandro Gamba, "o ponto de destaque positivo é que as vendas continuaram crescendo mesmo com a colocação de novos produtos, o estoque segue sendo consumido", afirmou Gamba. O crescimento do volume de aquisições foi de 3%".
A associação informa, ainda, que no primeiro semestre (1S24), os valores financiados com poupança totalizaram R$ 82,1 bilhões, o que representa crescimento de 7%, em comparação com igual período do ano passado (1S23).
No âmbito de fontes de financiamento do setor, a participação da poupança apresentou recuo, ante às demais, em especial, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs).
"A poupança continua sendo bastante importante, mas ela não é 100% deste funding", pois hoje há uma maior distribuição deste mercado", acentua Gamba, cuja expectativa é de que a poupança se mantenha estável, sem novas quedas ou avanços relevantes.