A necessidade de defender o real contra ataques especulativos (apostas na valorização crescente do dólar) forçou o Banco Central (BC) a realizar leilões de swap cambial (oferta da moeda ianque) em julho corrente, o que resultou em perdas de R$ 5,649 bilhões, até a última sexta-feira (19), pelo critério caixa. Em junho, porém, o saldo negativo já havia atingido R$ 28,068 bilhões.
Já pelo conceito de competência - que inclui ganhos e perdas ocorridos no mês, independentemente da data de liquidação financeira - as perdas da autoridade monetária foram bem inferiores, chegando a R$ 588 milhões.
A liquidação financeira desse resultado (caixa) ocorre no dia seguinte (D 1).
Se considerada a rentabilidade na administração das reservas internacionais (que corresponde a ganhos e prejuízos com correção cambial, marcação a mercado e juros), porém, o BC obteve lucro de R$ 18,548 bilhões com a rentabilidade na administração das reservas internacionais. O resultado líquido das reservas - rentabilidade menos custo de captação - por sua vez, foi positivo em R$ 8,557 bilhões, ao passo que o resultado das operações cambiais foi positivo em R$ 7,969 bilhões.
Como de praxe, o BC ressalta que as operações de swap cambial ou na administração das reservas internacionais não 'visariam lucro', mas fornecer 'hedge' em tempos de volatilidade, e um 'colchão de liquidez' para momentos de crise.
No acumulado do ano, até 19 de julho, porém, o BC amarga prejuízo de R$ 62,782 bilhões em swaps cambiais, pelo critério caixa, e de R$ 62,818 bilhões no critério competência. (M.S.)