Queda à 10ª posição não está descartada
Sobre a derrocada cambial nacional, o economista da Austin Rating avalia que "o Brasil tem uma desvalorização da moeda de 11,3% no ano e o euro, de 1,3%. Dependendo da situação daqui para frente, se continuar desvalorizando o real, o Brasil pode até cair para a décima posição caso o dólar fique acima de R$ 5,40 até o final do ano".
Mesmo com o dólar cotado a R$ 5,18, em abril último, o FMI havia estimado que o Brasil encerraria 2024 como oitava economia do mundo, mas essa perspectiva mudou, ante à escalada da moeda ianque, hoje em R$ 5,485 para venda. Na avaliação de especialistas, a disparada da unidade monetária estadunidense está intimamente associada a ruídos políticos e preocupações crescentes com o recorrente desequilíbrio fiscal brasileiro. A mudança de cenário foi de tal magnitude que analistas agora praticamente descartam a possibilidade de novos cortes da Selic (taxa básica de juros) este ano.
Outro dado que reforça derrocada da 'candidatura' de Pindorama ao grupo de elite da economia global foi fornecido pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda elevou, de 3,7% para 3,9%, a previsão de inflação pelo IPCA para 2024, conforme divulgou, nessa quinta-feira (18), a pasta em seu Boletim Macrofiscal. Pelo menos em relação ao PIB, o crescimento deste em 2024 foi mantido em 2,5%.
Como justificativa para a revisão 'para cima', do indicador oficial de inflação, a SPE aponta o crescimento das estimativas para a inflação; o impacto da alta do dólar e das enchentes no RS sobre os preços, sem contar os recentes aumentos na gasolina e no gás de cozinha. (M.S.)