'Inércia tecnológica' desafia transição

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A alteração do atual estado de 'inércia tecnológica' é condição fundamental para que seja atingida a meta de redução, em até 86%, das emissões globais de dióxido de carbono (CO2) por parte do transporte marítimo internacional. O parecer consta de estudo liderado pela Coppe-UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia), que se baseia em diversos modelos matemáticos que simulam transformações no setor, em paralelo à realização de novos investimentos de descarbonização da frota.

De acordo com a Coppe-UFRJ, o avanço do processo 'descarbonizante' demandaria navios mais eficientes (transporte de mais cargas, com menor uso de energia), além de substituição do 'bunker' (óleo diesel combustível de grandes embarcações) por fontes energéticas limpas, como álcool e óleos vegetais. Segundo a entidade, a utilização de uma gama mais diversificada de combustíveis permite que se alcance os melhores resultados.

Como premissa de bons resultados planetários, o pesquisador da Coppe e coautor do estudo, Luiz Bernardo Baptista, entende que a transição deve começar logo, mediante o uso de combustíveis 'drop-in', o que não exigiria adaptação pelos motores atuais (das embarcações) ou em tanques navais.

"Essa seria uma solução intermediária e de curto prazo, para o mundo não ter que se livrar da frota inteira de navios para fazer a transição energética", explica Baptista, ao destacar, entre as maiores dificuldades no rumo da descarbonização do transporte marítimo, o tempo muito dilatado para o retorno de investimentos no setor, que implicaria um estado de 'inércia tecnológica'. (M.S.)