Preços industriais sobem 1,28% em junho

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Por Marcello Sigwalt

Quinto resultado positivo do indicador mensal, os preços industriais do país avançaram 1,28% em junho último, ante maio, quando estes haviam crescido 0,36%, resultando em uma alta acumulada de 2,58% no primeiro semestre do ano (1S24) e de 4,19% nos últimos 12 meses, enquanto em julho de 2023, houve deflação de 2,72%. É o que aponta o Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nessa terça-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Para o analista da pesquisa do instituto, Felipe Câmara, "esse resultado consolida o fim de um período de dominância do ciclo das commodities sobre a inflação industrial brasileira", ao chamar a atenção para o contraste os resultados dos primeiros semestres de anos anteriores (inflação de 10,12% em junho de 2022 e deflação de 6,46% em 2023).

Entre os fatores que determinaram o avanço dos preços industriais, Câmara destaca a depreciação cambial. "A taxa real-dólar avançou 5% no mês, uma variação de magnitude decisiva para aumentar o montante recebido em reais pelos exportadores brasileiros".

Indicativo de tendência progressiva do setor, das 24 atividades industriais pesquisadas, 19 tiveram elevação de preço em junho, no comparativo mensal. Por itens, as quatro variações ocorreram em produtos químicos (3,93%); outros equipamentos de transporte (3,67%); metalurgia (2,99%); e fumo (2,83%).

Os alimentos foram os que mais contribuíram para o resultado de junho, com alta de 1,48% e peso de 0,36 ponto percentual. "Destaque para a alta do óleo bruto de soja, com demanda aquecida tanto na esfera internacional, quanto doméstica. A demanda para produção de biodiesel subiu na Ásia, ao passo que o preço para venda no Brasil ainda se ajusta frente à concorrência das cadeias derivadas domésticas", avalia o analista do IBGE.

Na 'segunda fila' de altas, vêm os produtos químicos, com peso de 0,31 ponto percentual sobre o IPP, 'puxados' pelos fertilizantes. "Junho inaugura a janela de compra de insumos para o plantio das monoculturas do país no terço final do ano", comenta Câmara.