Menor taxa em dez anos, o percentual de desocupação no país recuou, de 7,1%, em maio, para 6,9%, no trimestre encerrado em junho, apontam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada, nessa quarta-feira (1º) pelo IBGE.
Como resultante, o patamar do mês passado passa a corresponder à metade do pico da série histórica da PNAD (14,9%), atingido no trimestre concluído em março de 2021, quando país enfrentava os efeitos da crise pandêmica.
Outro reflexo do recuo da taxa foi a queda do contingente de população desocupada, para 7,5 milhões de pessoas, o que corresponde à uma redução trimestral de 12,5% e de 12,8% no ano - menos 1,1 milhão de pessoas - além de representar o menor número de pessoas em busca de trabalho, desde o trimestre concluído em fevereiro de 2015.
No polo oposto, a população ocupada bateu novo recorde da série histórica, ao alcançar 101,8 milhões de pessoas. Desse modo, o total de trabalhadores ocupados avançou 1,6% (mais 1,6 milhão de pessoas) no trimestre e 3,0% (mais 2,9 milhões de pessoas) no ano.
Seguindo essa tendência, também foi recordista o número de empregados do setor privado (52,2 milhões), sob o impulso de novos recordes nos contingentes de trabalhadores com carteira (38,4 milhões) e sem carteira assinada (13,8 milhões). Ao mesmo tempo, não houve variações expressivas entre a população fora da força de trabalho, que permaneceu em 66,7 milhões.
Na avaliação da coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, "esses recordes de população ocupada não foram impulsionados apenas nesse trimestre, mas decorrem do efeito cumulativo de uma melhoria do mercado de trabalho em geral nos últimos trimestres".
Ao comentar que as três atividades com ocupação crescente foram o comércio, a administração pública e de informação e comunicação, a coordenadora do instituto explica que "estes absorvem um contingente muito grande de trabalhadores, de serviços básicos e aqueles mais especializados".