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Mensagem do Copom abre margem para alta da Selic

Por Marcello Sigwalt

Para um observador atento dos desdobramentos da política monetária nacional nos últimos anos, a mensagem do Copom (Comitê de Política Monetária), ao anunciar a manutenção da Selic em 10,50% ao ano, nessa quarta-feira (31), foi muito clara: o colegiado não hesitará em elevar, novamente, a taxa básica de juros, caso as estimativas de inflação persistirem na trajetória de ascensão, a reboque do 'descompromisso' do Planalto em controlar os gastos públicos.

Tal temor é evidenciado pela continuidade do clima de 'incerteza fiscal' no país, o que 'joga pressão' sobre os diretores do Banco Central (BC), no sentido de estes sinalizarem 'claramente' à sociedade e ao mercado, sobre a necessidade de aumentar os juros, para 'reancoragem' das expectativas de inflação, sobretudo se as projeções do IPCA (indicador oficial inflacionário) 'decolarem'.

Neste quesito, não deixa de ser preocupante a postura do Planalto, favorável à mudança das metas fiscais, como forma de atenuar a cobrança política contra si, de ajuste das contas públicas, face às projeções crescentes da inflação do mercado financeiro, pelo boletim Focus do Banco Central (BC).

Tal cenário 'alimenta' a descrença dos agentes econômicos em relação à disposição federal de economizar ou cortar despesas, o que eleva os prêmios de risco cobrados pelos investidores para financiar a dívida pública brasileira, enquanto o dólar segue em ascensão.

Medalha de bronze

Ao manter o atual patamar da Selic, o país foi confirmado como terceiro maior juro real do planeta (7,36% ao ano), só ficando atrás da Turquia (12,13%), e da Rússia (7,55% ao ano), no ranking das 40 principais economias.