Como reflexo do discurso 'contracionista' (mais afeto ao aperto monetário) adotado pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nessa terça-feira (6), o Ibovespa (após amargar três quedas seguidas) fechou em alta de 0,80% a 126.266,70 pontos, nessa terça-feira (6), movimento ascendente que espelhou, entre outros fatores, a recuperação das bolsas dos EUA, aliado ao recuo das commodities no mercado internacional, aparentemente, superando o 'tombo' da véspera no mercado global, na véspera (5).
Sobre o posicionamento do Copom, o economista-chefe do BV, Roberto Padovani entende que "a ideia é de que pode elevar os juros, mas nesse momento a manutenção é vista como suficiente para 'reancorar' as expectativas". Em sinergia com Padovani, o diretor de Investimentos da Nomos, Beto Saadia atesta que "a ata entregou o que o mercado queria".
Para analistas, a recuperação consistente do índice da B3 (B3SA3) deverá ocorrer de forma mais gradual do que a desejável, ao longo dessa semana.
Para o analista de macroeconomia da Empiricus Research, Matheus Spiess, "essa ansiedade recente é prejudicial para ativos de risco. Não deve ter uma mudança agora, mas não acredito na tese de recessão nos Estados Unidos".
Para Spiess, "parece ser um dia de respiro, de uma correção. Parte da realização de lucros foi exagerada, técnica, com muitas operações de carry trade [mecanismo para obtenção de lucros com base na diferença entre a taxa de juros de dois países] sendo ajustada".