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"Guerra dos chips': China fica 'para trás'

Por Marcello Sigwalt

Atualmente responsável pela movimentação de R$ 527 bilhões - cifra que deve saltar para a casa dos trilhões de dólares, até 2030 - o avanço da indústria de semicondutores parece expor o atraso tecnológico da China na matéria, que pode chegar a cinco anos, ante à pujança dos líderes globais de fabricação comercial de chips avançados. A conclusão integra o relatório da Information Technology and Innovation Foundation (ITIF) - think tank de política científica e tecnológica, sediada em Washington (EUA).

Embora busque a autossuficiência no setor - eliminando sua dependência de concorrentes, à medida que constrói empresas competitivas - o gigante asiático apresenta uma recuperação desigual. No caso do design de chips lógicos - empregados em dispositivos móveis ou aplicativos de inteligência artificial (IA) - o atraso das indústrias mandarins ante seus pares internacionais supera dois anos.

Para ilustrar a complexidade tecnológica do segmento, basta dizer que um semicondutor é composto por bilhões de transistores, em um chip de um centímetro quadrado, cujos circuitos são medidos em nanoescala ("nm", uma unidade de comprimento igual a um milionésimo de metro). Uma instalação avançada na fabricação de semicondutores pode demandar investimentos superiores a US$ 30 bilhões em investimentos, para produção de chips, em escalas de 3 ou 2 nanômetros (ou até abaixo de 2 nm).

Segundo o relatório, a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC) situa-se bem atrás nesses itens, ante os principais players do mercado, como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC).

Enquanto a maior fabricante de chips do mundo (TSMC) lançou em 2022 o processo de 3 nanômetros (nm), a SMIC ainda estaria testando seu processo de 5 nm de próxima geração.

Para o vice-presidente de inovação global da ITIF, Stephen Ezellque, "a China investe centenas de bilhões de dólares para liderar esse mercado, mas seu progresso se limita a aspectos do desenvolvimento e produção de chips".