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IPCA-15 recua, mas os futuros sobem

A combinação 'favorável' do avanço dos rendimentos do títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries), com o recuo considerável do IPCA-15 (prévia da inflação, que caiu de 0,30% para 0,19%, na passagem de julho para agosto) e a crescente convicção do mercado em torno da alta da Selic (taxa básica de juros), na próxima reunião, de setembro, do Copom-BC (Comitê de Política Monetária do Banco Central) fomentou a alta das taxas de juros futuros, na sessão dessa terça-feira (27).

Refletindo a volatilidade futura, a taxa do DI para janeiro de 2025 - referência para a política monetária no curtíssimo prazo - avançara quatro pontos-base, indo de 10,832% para 10,875%, ao passo que para janeiro de 2026, esta cresceu de 11,424% para 11,545% e a de 2027 subiu de 11,388% para 11,48%. Já contratos de 'ponta longa', para janeiro de 2031, situados na véspera em 11,548%, cresceram para 11,61%; ao passo que contrato para janeiro de 2033 passou de 11,537% para 11,6%.

Durante a sessão, os contratos de curtíssimo prazo, que passaram a precificar a probabilidade de alta da Selic, que pode variar de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) a 50 pontos-base (0,50 ponto percentual) no próximo mês, 'abandonando' a manutenção, até então, no patamar de 10,50% ao ano, como os cortes de juros.

Para o economista-chefe do banco BMG, Flavio Serrano, "as leituras de curto prazo foram benignas. O IPCA (índice oficial de inflação) de agosto vai ser bom, com grande chance de deflação no mês, mas ao mesmo tempo temos um ambiente de desancoragem de expectativas e de mercado de trabalho muito forte", acrescentando que "esse é o principal dilema do BC".