Segunda-feira 'sangrenta' derruba bolsas

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Por Marcello Sigwalt

Novos dados sobre o recuo do nível de emprego nos EUA acirraram o temor global em relação ao processo recessivo na economia ianque, o que implicou uma queda generalizada das bolsas internacionais, nessa segunda-feira (5) 'sangrenta', com destaque para o 'tombo' de 12% - de 4.451,28 pontos no índice, para 31.458,42 pontos -do índice nipônico Nikkei, o maior de sua história.

A escalada negativa foi tal, que as bolsas asiáticas foram obrigadas a acionar, por diversas vezes, ao longo da sessão, o chamado 'circuit breakers', quando os pregões são interrompidos para evitar uma queda avassaladora das ações, de maneira a proteger os investidores.

Como atenuante, as bolsas europeias e estadunidenses apresentaram menor volume de perdas, tendo em vista a divulgação de novos dados sobre a atividade econômica na terra do 'Tio Sam': o índice de gerente de compras (PMI) de serviços ianques, medido pela S&P retrocedeu, de 55,3 em junho, para 55, em julho, mesmo que este patamar continue acima de 50, que aponta expansão. Já o PMI composto de julho, de modo similar, baixou de 54,8 em junho para 54,3 em julho,

Ainda assim, o índice Nasdaq (que abrange empresas de alta tecnologia) caiu 3,6%, enquanto a bolsa de Paris recuava 1,77%. Também no 'velho continente', enquanto o índice Stoxx 600 tombava 2,01%, nos EUA, o Dow Jones baixava 2,31% e o S&P 500 perdia 2,44%.

Segundo o economista-chefe de negócios da S&P, Chris Williamson, "outra forte expansão da atividade empresarial no setor de serviços, que nos últimos dois meses tem desfrutado seu melhor período de crescimento em mais de dois anos, contrasta com a deterioração do quadro observado no setor industrial, onde a produção esteve perto da estagnação em julho".

A fragilidade dos dados econômicos dos EUA deixou a impressão de que o Fed (Federal Reserve) - o bc ianque - teria 'errado de mão', ao manter, por mais tempo do que devia, elevadas as taxas de juros da maior economia mundial, o que pode ter precipitado um 'efeito dominó' recessivo no planeta.