Golpes no Pix subtraíram R$ 1,5 bilhão

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Por Marcello Sigwalt

De cada R$ 10 movimentados em pagamentos instantâneos (incluindo Pix e TED), pelo menos R$ 7 tiveram finalidades fraudulentos. A estimativa se baseia em pesquisa, divulgada nessa terça-feira (6) pela empresa de pagamentos, em tempo real, ACI Worldwide, ao calcular que o brasileiro perdeu, somente no passado, em torno de R$ 1,5 bilhão em decorrência de golpes do Pix.

A cifra monumental decorre de estudo da ACI - com apoio da empresa de estatística Global Data - que levou em conta sua própria base de atendimento, correspondente a 40% dos consumidores do país, tendo em vista colher uma amostra representativa do universo de pagamentos instantâneos, responsável pela movimentação, no ano passado, do montante de R$ 19,4 trilhões em 2023. Para a compilação dos dados, a empresa de pagamentos realizou entrevistas com instituições financeiras.

Como característica, o levantamento se concentrou nos chamados 'golpes financeiros', nos quais o cliente é induzido a fazer uma transferência para a conta do criminoso, usando as próprias credenciais. Foram excluídas do trabalho fraudes que 'driblam' a segurança dos bancos.

Segundo o superintendente de Inteligência em Pagamentos da ACI, Cleber Martins, atualmente, 27% dos golpes praticados no país tiveram origem em pedidos de pagamento antecipado por produtos/serviços, ao passo que outros 20% consistiam na transferência (de valores) para compra de produtos. Martins acrescenta que mensagens falsas são a principal 'isca' para aplicar golpes.

Exemplo clássico da rapinagem eletrônica é o da 'taxa da blusinha', pelo qual criminosos enviam uma mensagem com pedido de pagamento, para que seja liberado um produto importado da China, mas retido pelos Correios, pela taxação federal a produtos importados, via marketplaces chineses.

Também muito frequentes (17% dos casos) são os golpes sob a fachada de 'ofertas de falsos investimentos'; pedidos de pagamento de dívidas em aberto (10%) e os 'golpes do romance', em que o estelionatário 'finge' possuir um relacionamento íntimo com a vítima (7%).