Sem uma política industrial, o crescimento ficou 'nanico'

Vice da CNI, Léo Castro: "Brasil desperdiçou muitas oportunidades"

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Por Marcello Sigwalt

O baixo crescimento econômico apresentado pelo país, em especial, nas últimas quatro décadas, é reflexo da falta de uma política de Estado que valorize a indústria nacional. O diagnóstico preciso foi disparado pelo vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Léo Castro, ao atestar que "o Brasil já perdeu muito tempo e desperdiçou muitas oportunidades e as consequências de não se ter uma política industrial estão todas aí".

Durante sua participação na abertura do Seminário "Políticas Industriais no Brasil e no Mundo", organizado pela confederação em Brasília-DF, Castro ressaltou que "um país desenvolvido reconhece a indústria como uma vertente central para o desenvolvimento", acrescentando que se trata de uma "oportunidade histórica" e que o sucesso da NIB - plano da gestão petista para a neo(re)industrialização brasileira - estaria condicionado à 'união entre governo, setor privado e academia', além da priorização das políticas verdes (incentivos a projetos sustentáveis, associados a investimentos em matrizes energéticas limpas).

Ao manifestar seu 'voto de confiança' de que 'a nova política industrial permitirá avanços, no crescimento econômico e no bem-estar da população brasileira', o vice da CNI destacou o fato de que a indústria tem um "enorme poder de irradiar prosperidade em todos os campos e atividades econômicas, como a agropecuária, o comércio e o setor de serviços".

Para ele, a NIB "vem preencher essa lacuna, com um projeto que parte das demandas atuais da sociedade brasileira e mobiliza a indústria a buscar soluções para esses desafios".

Castro apontou a importância central de que haja avanços na agenda de descarbonização, para a política industrial, de modo que o país seja mais um produtor de energia verde, na qualidade de uma nova commodity, de maneira que as fontes renováveis possuam 'vantagem competitiva'.