Após 'tombo', Petrobrás é um enigma

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Uma grande incógnita permeia as análises de perspectivas da Petrobras. Na última sexta-feira (9), a maior empresa brasileira anunciou prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre (2T24), o maior em quase quatro anos e o primeiro desta gestão petista, para surpresa de analistas do mercado. A queda livre também foi sentida na comparação semestral anual (1S24/1S23), em que o lucro minguou 68,5%, de R$ 66,9 bilhões para 'meros' R$ 21 bilhões.

Mesmo considerando 'recorrentes', os fatores que produziram tal 'tombo', persiste o questionamento quanto à continuidade da política de pagamento de dividendos, ainda mais depois de a atual administração admitir lançar mão de R$ 13,57 bilhões de sua reserva de capital para distribuição de proventos aos acionistas.

A 'frustração' de contas da petroleira decorreu, no rol de justificativas apresentado pela empresa, por conta da desvalorização do real ante o dólar, variação cambial que impactou negativamente as obrigações entre empresas do Sistema Petrobras no exterior com a holding, de acordo com a companhia.

O mau resultado foi atribuído a fatores considerados não recorrentes, além da brusca depreciação cambial, a baixa contábil de R$ 11,9 bilhões por um acordo tributário firmado com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), para repactuação do passivo decorrente do litígio entre a estatal e o Conselho Administrativo da Receita Federal (Carf).

Por tabela, o diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo (mais cotado a assumir o comando do BC), admitiu que os a Selic poderá ser elevada pelo Copom. (M.S.)