Risco de alta da Selic 'segura' futuros

Por

Após zerarem o ritmo de queda apresentado no período da tarde, os juros futuros fecharam a sessão dessa segunda-feira (12) em estabilidade, sobretudo após as declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC) - mais cotado para suceder a Campos Neto, no comando da autoridade monetária - Gabriel Galípolo, que admitiu o risco de alta da Selic (taxa básica de juros), assim como o agravamento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e na Ucrânia, que se refletiu na disparada das cotações do petróleo e o acirramento da volatilidade do mercado financeiro internacional. Ao mesmo tempo, o dólar também avançou ante o real, aprofundando a desvalorização cambial local.

Em consequência de tal miríade de fatores, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 foi 'inflada' de 10,745%, no ajuste de sexta-feira (9), para 10,765% (máxima); DI para janeiro de 2026 cresceu de 11,54% para 11,56%; o DI para janeiro de 2027 passou de 11,55% a 11,56%, enquanto que, na 'ponta longa', este ficou estável em 11,62%.

Em queda firme de até 20 pontos-base pela manhã - a reboque do recuo do dólar ao piso de R$ 5,50, além da piora do IPCA previsto pelo Focus no ano que vem - os contratos da ponta longa se recuperaram.

Galípolo afirmara que "não faz sentido" imaginar que "um diretor indicado pelo presidente Lula não vote pelo aumento de juros".

Como endosso à essa posição, o diretor do BC acentuou que a possibilidade de alta da Selic estaria "na mesa do Copom", ressalvando, porém, que o colegiado, "de maneira alguma", vai "se desviar da perseguição da meta de inflação". (M.S.)