Contingente de desempregados por mais tempo cai 17,3%
Segundo Pnad-C, número é o menor, desde 2015
Por Marcello Sigwalt
Menor contingente para o período, desde 2015 (1,4 milhão de pessoas), o número de pessoas em busca de emprego no país, por um período superior a dois anos, recuou 17,3% no segundo trimestre deste ano (2T24), ante igual trimestre de 2023 (2T23).
Esses dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Contínua (Pnad-C), divulgados, nessa quinta-feira (15), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ao calcular que atualmente há, ao menos, 1,7 milhão de pessoas nessa situação precária, número que representa 22,4% do total de pessoas que procuram emprego.
Sobre tal redução, a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy acentua que "boa parte da ocupação no Brasil é gerada via serviços. E aqueles serviços de menor complexidade, que exigem nível de instrução não tão elevado, acabam possibilitando uma absorção maior de perfis diversos de trabalhadores. Isso pode contribuir para uma redução das pessoas que estavam procurando trabalhando há mais tempo".
Nos demais prazos, também foram registrados recuos, como é o caso dos que buscam recolocação a menos de dois anos (-15,2%); entre um mês e um ano (-11%) e há menos de um mês (-10,2%). O estudo do instituto indica, ainda, que a maior proporção entre os desempregados está situada entre aqueles que buscam emprego há mais de um mês e há menos de um ano (47,8% do total).
O desemprego entre as mulheres atingiu 8,6%, a menor taxa, desde o quarto trimestre de 2014 (4T14), de 7,9%, enquanto seu nível de ocupação apresentou nível recorde da série histórica (48,1%), que teve início em 2012.
Em contrapartida, os homens apresentaram taxa de desemprego de 5,6% no 2T24, o que significa três pontos percentuais (3 p.p.) a menos do que as mulheres.
Já o nível de ocupação deles é de 68,3%, ou 20 pontos superior ao delas.