Silvio Santos: gênio da TV e dos negócios

Silvio Santos falecido no último sábado (17), aos 93, foi protagonista da construção de um conglomerado econômico (composto por um portfólio diversificado com mais de 30 empresas, em áreas que vão desde mídia e entretenimento, comércio e serviços financeiros)

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Comunicador icônico bilionário diversificou investimentos

Por Marcello Sigwalt

Maior comunicador do país, em todos os tempos, o então camelô que vendia canetas e capas de chuva pelas ruas do Rio e de Niterói dos anos 50, foi bem além da meta de montar o segundo maior império de comunicação do país. Setenta anos depois, Silvio Santos falecido neste sábado (17), aos 93, foi protagonista da construção de um conglomerado econômico (composto por um portfólio diversificado com mais de 30 empresas, em áreas que vão desde mídia e entretenimento, comércio e serviços financeiros) que lhe auferiu uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão, no ano passado.

Nascido a 12 de dezembro de 1930, Senor Abravanel (seu nome de batismo) usou da mesma versatilidade e inteligência com que conduzia sua programação televisiva para o campo dos negócios. O grande impulso para o seu patrimônio expressivo veio do Baú da Felicidade, que revelou a genialidade de seu tino comercial.

Fundada em 1958, a empresa de venda de carnês e distribuição de prêmios, acabou sendo vendida, em 2011, ao Magazine Luiza, por R$ 83 milhões.

Criado em 1969, o Banco Panamericano foi vendido, por R$ 450 milhões, ao banco BTG Pactual, na esteira de problemas financeiros e pela condenação de alguns de seus ex-executivos, por fraude fiscal, em 2018.

Outro produto de sucesso do animador das tardes de domingos tupiniquins, a Tele sena (Liderança Capitalização), lançada em 1991, cujo 'apelo' consiste em combinar sorteios e prêmios, permitindo ao participante resgatar parte do valor investido. Mais recentemente, criou a Jequiti Cosméticos, o Hotel Jequitimar (ambos em 2006) e a Sisan Empreendimentos Imobiliários.

A história - Na verdade, a guinada empresarial veio quando SS recebeu, do amigo e apresentador do quadro "A Praça é Nossa', Manuel da Nóbrega, o comando do Baú da Felicidade.

Após estrear, em 1961, na TV Paulista, o comunicador logo se tornou líder de audiência com o "Programa Silvio Santos", transmitido por várias emissoras, inclusive a TV Globo. Por fim, fundou em 1981 o SBT (Serviço Brasileiro de Televisão).