Operações de crédito ficam estáveis

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Por Marcello Sigwalt

Desempenho que traduz estabilidade, o saldo de operações de crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional) em julho (R$ 6 trilhões) cresceu 0,2%, ante o mês anterior, ao passo que o saldo com Pessoas Físicas (PF) subiu 0,9%, no mesmo comparativo mensal, resultado parcialmente compensado pela redução de 0,9% das operações com Pessoas Jurídicas (PJ), em que esses segmentos responderam por montantes de R$ 3,7 trilhões e R$ 2,3 trilhões, respectivamente.

No período de 12 meses, o saldo total do crédito do SFN, o avanço foi mais significativo, subindo 10,3% em julho, patamar quase idêntico aos 10,2% no mês anterior. Na passagem de junho a julho, o crédito destinado às empresas perdeu ímpeto, cair de 8% para 7,8%, enquanto o crédito às famílias exibiu maior expansão, indo de 11,7% para 11,9%.

No que toca ao crédito com recursos livres, este totalizou R$ 3,5 trilhões, o que representou recuo mensal 0,1% no mês e alta de 8,6% em 12 meses. Às empresas, o saldo retraiu 1,6% no mês, em contraste com uma alta anual de 6,1%, totalizando R$ 1,5 trilhão. Para esse resultado, contribuíram: a redução de 16,1% das carteiras de desconto de duplicatas e outros recebíveis, após aumento sazonal do mês anterior, e de 0,7% do capital de giro, com prazo superior a um ano.

Às famílias, o saldo de crédito livre somou R$ 2,0 trilhões em julho, o que corresponde à uma alta de 1,0%, no comparativo mensal, e de 10,6%, em 12 meses. Tal resultado se mostrou muito disseminado entre as principais modalidades, com destaque para os avanços das operações de cartão de crédito à vista ( 2,1%); financiamento para a aquisição de veículos ( 1,1%), e outros créditos livres ( 7,3%).

O endividamento das famílias atingiu 47,6% em junho, com estabilidade em relação a maio e queda de 0,9 p.p. em doze meses, o que manteve o nível de setembro de 2021. A despeito da estabilidade dos juros básicos da economia (Selic), o comprometimento de renda retomou a ascensão, após dois meses seguidos de queda, no patamar de 26%, com crescimento de 0,2 p.p. no mês e retração de 1,8 p.p. em 12 meses.