Por:

Focus eleva projeção do IPCA para 2024 pela 8ª vez seguida

Decolagem da inflação, projetada pelo mercado, acompanha desequilíbrio fiscal | Foto: Divulgação

Por Marcello Sigwalt

Pela oitava semana consecutiva, o boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras do país - elevou, de 4,26% para 4,30%, a projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2024, enquanto manteve em 3,92% à do ano que vem. Para 2026 e 2027, a aposta da 'banca' continuou em 3,60% (há 14 semanas) e em 3,50% (há 61 semanas), respectivamente. A expectativa da inflação para este ano se aproxima do teto da meta de inflação, de 4,5%.

Consolidando o quadro perigoso de 'inflação de demanda' - quando aumento do nível de preços ocorre quando a demanda por bens e serviços é maior do que a oferta disponível - a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) para este ano também cresceu, de 2,46% para 2,68%, o que corresponde a quatro semanas seguidas de alta. De igual forma, para 2025, a expectativa subiu de 1,85% para 1,90%. Para 2026 e 2027, o prognóstico continuou em 2%.

No que toca ao custo do dinheiro, após ficar estável por 11 semanas, a previsão do Focus para a Selic (taxa básica de juros) para 2024 saltou de 10,50% ao ano para 11,25% ao ano, enquanto que, para 2025, esta subiu de 10,0% ao ano para 10,25% ao ano.

Estáveis em 9,5% ao ano e 9% ao ano ficaram as estimativas para 2026 e 2027, respectivamente. A convicção da banca é de que o Copom (Comitê de Política Monetária) deve iniciar novo ciclo, mas de alta da Selic.

Estabilidade marcou a projeção do déficit primário deste ano, em -0.60% do PIB; caiu para 2025, indo de -0,76% para -0,75% do PIB; se manteve em -0,65% do PIB, para 2026 e em -0,50% do PIB, para o ano seguinte.

Já as perspectivas da dívida pública para este ano se agravaram, de 63,65% do PIB para 63,70% do PIB, mas ficaram em 66,45% do PIB para 2025.