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Planalto deve levar dívida a 95% do PIB

Por Marcello Sigwalt

A condução 'míope' da política fiscal da gestão petista, do tipo 'feijão com arroz', a dívida pública federal deverá saltar, de 74,4% do PIB, em 2023, para 95% do PIB, em 2033. A previsão foi feita pelo economista-chefe da Warren Brasil, Felipe Salto, para quem, será necessário que o Planalto obtenha um superávit primário superior a 1% do PIB para que seja possível estabilizar a dívida.

Já o analista de macroeconomia da Warren Brasil, Josué Alfredo Pellegrini explica que, "em 2024 e 2025, mesmo cumprindo a meta, o déficit permanece elevado. Por exemplo, em 2024, você cumpre a meta, mas tem déficit de 0,5% do PIB, de fato, pelo intervalo inferior da meta, mais os gastos que são excluídos da contabilidade. Soma R$ 28,8 bilhões de limite inferior e mais R$ 28,8 bilhões, que é o previsto para socorro ao Rio Grande do Sul. Então temos R$ 57,6 bi bilhões de déficit com impacto na dívida", ao prever que, em 2025, vai acontecer a mesma coisa, você consegue cumprir a meta com um déficit de R$ 75,1 bilhões, porque tem R$ 31 bilhões do intervalo inferior da meta e R$ 44,4 bi de precatórios que foram excluídos da conta. Todos os déficits terão o carimbo do cumprimento da meta, mas eles estão longe de ser um resultado capaz de estabilizar a dívida".

Tanto Pellegrini, quanto o economista-chefe da Warren, Felipe Salto, observam que, embora o governo 'aposte' no cumprimento da meta este ano - ainda que dentro da margem de tolerância do arcabouço fiscal, de um déficit de R$ 28,8 bilhões - a eventual melhora é considerada 'pontual' por eles, pois esta se baseia em receitas atípicas, que dificilmente vão se repetir nos anos seguintes.

A dupla de executivos prevê que ''empurrando o problema fiscal para frente, será inevitável que o Executivo elimine a política de ganhos reais do salário mínimo, como também abandone as vinculações com as receitas das áreas de Saúde e Educação. Para Salto, a revisão de gastos é 'ineficaz', pois, "em vez de avaliar as políticas públicas, só se enfrenta fraudes". Para cumprir a meta, Salto entende que seria preciso que o governo obtivesse um superávit de R$ 36,6 bilhões (R$ 56,2 bilhões no total).