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Focus aumenta o IPCA para 2024 pela nona vez seguida

Por Marcello Sigwalt

Pela nova semana seguida, o boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - projetou, nessa segunda-feira (17), nova alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano, que passou de 4,30% para 4,35%, patamar cada vez mais próximo do 'teto' da meta de inflação (4,5%) fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2025, a estimativa igualmente subiu, de 3,92% para 3,95%, o mesmo valendo para o ano seguinte, que passou de 3,60% para 3,61%.

Como já é previsível novo estouro (o terceiro seguido) da meta, a autoridade monetária estaria usando, como referencial, para efeito de definição do viés da taxa básica de juros (Selic), a meta do CMN para o ano que vem.

O mercado manteve a aposta de crescimento da economia, com alta do PIB, de 2,68% para 2,96%, o que reflete a expansão de 1,4% do PIB no segundo trimestre (2T24), ante o trimestre anterior (1T24), para surpresa do mercado. Ainda assim, não houve variação do PIB esperado para 2025, que continuou em 1,90%.

Aparentemente ignorando as pressões inflacionárias, a banca manteve nos mesmos 11,25% a ano anteriores seu prognóstico para a Selic (taxa básica de juros) em 2024, hoje em 10,50% ao ano. Para o ano seguinte, a Selic teve elevação de 10,25% ao ano para 10,5% ao ano.

A previsão de superávit da balança comercial para 2024 recuou de US$ 83,5 bilhões para US$ 82,9 bilhões, e de US$ 79 bilhões para US$ 77,7 bilhões, para 2025.

Referência de atratividade do país, os investimentos estrangeiros diretos caíram de US$ 71 bilhões para US$ 70,8 bilhões, mas se mantiveram US$ 73,5 bilhões para 2025.