Por:

BC: fiscal é preocupação recorrente

Ao destacar que 'monitora com atenção' os efeitos recentes da política fiscal sobre a monetária e os ativos financeiros, os membros do colegiado admitem que a 'percepção' dos agentes sobre as contas públicas vem afetando as expectativas sobre os preços dos ativos econômicos.

Do ponto de vista do ranking mundial da carestia, a alta de 0,25 p.p. da Selic agora redunda em um juro real de 7,33% (já descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses), o que representa a vice-liderança global tupiniquim, nessa matéria, que perde apenas para os 9,05% da Rússia, atualmente em guerra contra a Ucrânia.

Nessa mesma super quarta, na contramão do BC, o Fed (Federal Reserve) - o bc ianque - anunciou cortou, pela primeira vez, em quatro anos, os juros em 0,50 ponto, que caíram para o intervalo de 4,75% a 5% ao ano.

Pela primeira vez, após decorridos muitos meses, o comitê avaliou que o balanço de riscos de seus cenários futuros da inflação se mostra assimétrico 'para cima'. Nesse sentido, entre os principais fatores de alta, o Copom aponta a "desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado".

Entre as variáveis inflacionárias de maior 'resiliência', o colegiado observou que o setor de serviços tem superado o que projetado anteriormente, sem contar uma taxa de câmbio "persistentemente mais depreciada".

Sobre os riscos de baixa no horizonte externo, o BC observa desaceleração mais acentuada da atividade econômica global, como também os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global. (M.S.)