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Seca longa deverá manter bandeira tarifária vermelha

Por Marcello Sigwalt

Caso persista o atual quadro de seca histórica no país, que exerce impacto direto no nível dos reservatórios nacionais, nos próximos meses, a tendência é de que seja mantida a bandeira tarifária vermelha 1 ou, ainda, o acionamento da bandeira vermelha 2, o que deve impor preços mais altos nas contas de luz. A previsão nada agradável, mas realista, partiu do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa.

"Se o período seco continuar da forma como está, há uma grande tendência de que a gente continue com a bandeira vermelha, patamar 1 ou patamar 2, e um eventual agravamento dessa situação vai depender de alguns mecanismos que nós já estamos tomando", comentou o executivo, ao adiantar que, ainda este mês, deverá ser concluído o processo de fiscalização na área técnica do órgão regulador, após ter sido detectada uma 'inconsistência', que redundou numa revisão extraordinária da bandeira tarifária.

O diretor da autarquia vê a bandeira como 'uma conquista para a população', pelo seu 'viés educativo e o uso eficiente da energia elétrica', além de uma economia de juros para a população de R$ 4 bilhões, em dez anos.

Anteriormente, o executivo lembra que, quando havia um grande aumento do custo do insumo, eram a distribuidoras que arcavam com essa diferença. "Quando chegava no processo tarifário, elas tinham de cobrar esse valor que pagaram a mais, acrescido de juros. Hoje, quando você tem o acionamento de um recurso mais caro, imediatamente, no mês seguinte, aquilo já é cobrado do consumidor. Daí, a economia com juro".