Por Marcello Sigwalt
Piora na avaliação sobre a perspectiva profissional (estabilidade no emprego, na forma coloquial), que recuou 0,4% e declínio de 1,3% no acesso ao crédito, no comparativo mensal. So o peso destes fatores, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) baixou 0,3% em setembro, aponta estudo, divulgado nessa segunda-feira (23) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Entre os grupos sociais, a pesquisa da entidade aponta redução mais expressiva entre as famílias de maior renda e no público masculino. Nesses dois segmentos, houve retração nas percepções sobre o mercado de trabalho e de consumo futuro.
Apesar dos resultados adversos, a CNC destaca que o indicador se manteve em 103,1 pontos, patamar que indica uma 'permanência' superior ao nível de satisfação, além ser este o maior, deste março deste ano, quando o índice alcançou 104,1 pontos.
Em contraponto ao aumento de 0,4% da avaliação sobre o emprego atual, que denota sinais positivos, houve desaceleração na expectativa de criação de emprego e elevação da incerteza econômica, fatores que resultaram na queda de 0,4% na perspectiva profissional.
A cautela contínua das famílias foi enfatizada pelo presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros: "O saldo positivo do mercado de trabalho anima os consumidores no curto prazo, mas a cautela quanto ao futuro permanece".
Sobre tal item, a CNC ressalta que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho "também revelou um aumento no volume de assalariados, com alta acumulada de 3,9% nos últimos 12 meses".
A pesquisa observou que o mercado de crédito foi pressionada pela alta da inflação e por incertezas fiscais, redundando em crédito mais restrito, no sub indicador que mede a satisfação com o acesso ao crédito.
Já a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) revelou alta do número de famílias incapazes de pagar suas dívidas em agosto, que puxou a queda de 1% na avaliação do momento para compra de bens duráveis.
