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Economia forte nada influi para reduzir incerteza fiscal

Por Marcello Sigwalt

Economia em franco crescimento nada contribui para reduzir a incerteza fiscal do país. Antes de partir de algum líder de oposição, às vésperas de uma eleição municipal plebiscitária, a crítica foi disparada, nessa quinta-feira (26), pela Fitch Ratings, uma das principais agências de classificação de risco do planeta, sob o argumento de que a política fiscal tupiniquim e seus efeitos 'não estão acompanhando o forte desempenho da economia nacional, já prevendo que os desafios do Planalto em relação à matéria vão persistir e 'só tendem' a crescer, para o próximo ano", acrescentando que "um descompasso entre a política fiscal e o crescimento do PIB podem afetar a classificação de risco do país, atualmente em "BB".

Para a agência, as tentativas da área econômica de impulsionar receitas - sobretudo, o uso de dividendos do BNDES e do dinheiro esquecido em bancos - têm se mostrado instáveis, pois 'se apoiam' em 'fontes extraordinárias'.

Em nota, a Fitch diz, ainda: "As principais medidas de receitas são transitórias ou têm benefícios incertos", além de improvisadas, demonstram um compromisso com as metas fiscais, mas não oferecem melhorias fiscais estruturais".

Pelo lado da despesa, a situação não é melhor, pois a agência aponta o crescimento notável de gastos previdenciários acima do previsto, que obrigou a aplicação de cortes nas despesas discricionárias, como um dos principais desafios para alcançar as metas fiscais dos próximos anos.

Em relação à dívida/PB, a agência prevê que esta crescerá de forma 'explosiva' no médio prazo, passando de 74,4% do PIB em 2023 para 77,8% em 2024 e 83,9% até 2026, "números acima do esperado anteriormente, e que devem distanciar o Brasil da mediana da categoria "BB" de 55%".