Após subir 4,3%, produção industrial cai 1,4% em julho
Apesar de queda expressiva, setor ainda acumula alta anual de 6,1%
Por Marcello Sigwalt
Uma montanha russa. Essa imagem ilustra o desempenho da produção industrial do país que, após exibir uma vigorosa alta de 4,3% em junho, despencou 1,4% em julho, apontam dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nessa quarta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da retração, o setor registra crescimento de 6,1% em relação a julho do ano passado, acumulando elevação de 3,2% em 12 meses. O resultado de julho deste ano é inferior ao projetado pelo consenso LSEG de analistas, que estimativa um declínio de 0,9%, no comparativo mensal citado.
Em outro foco de análise do instituto, com esse desempenho, a indústria está 1,4% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas 15,5% abaixo do ponto mais alto da série histórica, registrado em maio de 2011.
A pesquisa mostrou, ainda que as maiores contribuições negativas vieram de: produtos alimentícios (-3,8%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,9%), indústrias extrativas (-2,4%) e celulose, papel e produtos de papel (-3,2%).
Para o recuo dos produtos alimentícios, o gerente da pesquisa, André Macedo ressaltou "a queda na produção de açúcar, impactada pelos efeitos da seca no Centro-Sul do país, de carnes de bovinos e de produtos derivados da soja. Esses itens foram os que mais contribuíram negativamente neste mês".
Em sua avaliação, Macedo entende que "grande parte do recuo de agosto decorre do avanço expressivo visto no mês anterior, mas também se observa a paralisação de importantes plantas industriais".